Vive em meio a milhões

de rostos sem faces, de seres sem identidade

Olha para trás, não sabe quem foi

No presente, não sabe quem é

no futuro, não sabe quem será

Caminha pelas ruas

alamedas e avenidas, das vilas, dos lugarejos

dos bairros e da cidade

Pensa ter direitos por pagar impostos

ter livre passagem por pagar pedágio

Mas é ninguém, é cidadão

Vida civil, de nome individual

com registro em cartório e função social

Vida cheia de deveres com o Estado

mas com direito nenhum, feito menor abandonado.